Activismo Juvenil em Rede

Metodologia

 

 

De um ponto de vista metodológico, a presente investigação segue uma abordagem de carácter qualitativo, recorrendo a diferentes metodologias complementares que caracterizam o que podemos designar como pesquisa múltipla de terreno (entrevistas aprofundadas, observação participante, recolha visual e documental), conduzida em diferentes contextos de observação ou de forma “multi-situada”.

Tendo em conta o propósito de estudar o papel das tecnologias digitais (particularmente da internet) em diferentes formas de activismo e participação pública, a presente recolha desenvolve-se tanto “na rua” – observando eventos, práticas e protagonistas em diferentes contextos – como online, em diversos terrenos de observação “virtual” – de sites e blogues a páginas no Facebook –, que se interligam de maneiras variadas com os contextos offline.

Mais concretamente, do ponto de vista metodológico, a relação entre estes dois terrenos de observação traduz-se numa abordagem dupla:

1) Abordagem etnográfica offline – através da observação etnográfica offline pretendemos identificar e caracterizar indivíduos e grupos de activistas mobilizados em torno de causas social e civicamente relevantes. Estes indivíduos e grupos, e a forma como se encontram organizados, funcionam como nódulos de redes que agregam ou capitalizam não só os esforços individuais de participação e envolvimento público mas podem estar ligados igualmente a outros indivíduos ou organizações, quer a nível local (nacional) quer a nível global (transnacional). Os protagonistas (individuais e colectivos) e as práticas activistas nas quais se encontram envolvidos, tanto regular como esporadicamente, constituem os pontos de partida para a observação que se pretende desenvolver.

2) Abordagem etnográfica online (ou “netnografia”) – através da abordagem online pretende-se captar não só até que ponto e como os indivíduis e grupos que desenvolvem práticas activistas offline também as transportam para a internet, mas igualmente de que forma – e em que medida – a internet constitui um terreno específico e alternativo para as práticas activistas e os movimentos sociais na actualidade.

Assim como os terrenos offline e online, a rua e a internet, se encontram interligados de múltiplas formas, espera-se também, do ponto de vista metodológico, poder integrar as duas abordagens referidas.